'Ninguém entende por que ele fez isso', diz amiga de miss assassinada por humorista em Curitiba
12/06/2025
(Foto: Reprodução) Raissa Suellen Ferreira da Silva foi morta pelo humorista Marcelo Alves no dia 2 de junho. Ele foi preso depois de confessar o crime e indicar onde escondeu o corpo. Defesa nega que crime foi premeditado. Amigas de miss assassinada por humorista desabafam: 'Ninguém entende por que ele fez isso'
Amigas da miss Raissa Suellen Ferreira da Silva se lembram da jovem como uma pessoa dedicada, sonhadora e entusiasta de viagens. Natural de Paulo Afonso, na Bahia, a jovem se mudou para Curitiba em busca de melhores oportunidades, mas foi assassinada pelo humorista Marcelo Alves.
Amigos e familiares ainda estão tentando entender a morte de Raissa.
"Ninguém entende por que ele fez isso. Ele tirou uma vida tão preciosa para a gente. A família está sofrendo muito com isso. Tudo o que a gente quer é justiça", desabafa Vitória, amiga da vítima.
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Raissa ficou desaparecida por oito dias. Conforme a polícia, ela foi assassinada no dia em que desapareceu, em Curitiba, e teve o corpo escondido em uma área de mata de Araucária, na Região Metropolitana. Marcelo Alves confessou o crime e indicou à polícia o local onde escondeu o corpo.
Conforme Alexia Vanessa, outra amiga de Raissa, a jovem sonhava em ser atriz, modelo e cantora. Em 2020, ela conquistou o título de Miss Serra Branca Teen.
"[Ela queria] buscar melhores condições de vida pra ajudar a mãe dela, ajudar a tia dela. Ir para a capital, né? Porque aqui na cidade a gente não tem a oportunidade de teatro. Foi por isso, então, que ela também fazia teatro aí em Curitiba. Ela queria também entrar em alguma escola de canto", detalha.
Marcelo Alves está preso desde segunda-feira (9) e confessou o crime. Na quarta-feira (11), a Justiça determinou que ele continue detido preventivamente. Segundo a polícia, o filho de Marcelo, Dhony de Assis, ajudou o pai a esconder o corpo de Raissa. Ele chegou a ser preso por ocultação de cadáver, pagou fiança e foi liberado.
A defesa dos dois nega que o crime tenha sido premeditado.
Raissa Suellen Ferreira da Silva foi morta pelo humorista Marcelo Alves no dia 2 de junho, segundo confissão
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Corpo deve chegar à Bahia nesta quinta-feira (12)
O corpo de Raissa saiu de Curitiba na noite de quarta-feira (11), em um voo que também levou a família dela a Aracaju, em Sergipe. De lá, o corpo será levado para Paulo Afonso, na Bahia, onde será velado.
O velório, aberto ao público, deve começar a partir das 9h, no Ginásio de Esportes Luiz Eduardo Magalhães.
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Marcelo ajudou vítima na mudança para Curitiba
Humorista Marcelo Alves confessou ter matado a vítima.
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A mudança para Curitiba aconteceu há três anos, por intermédio de Marcelo, que conheceu Raissa quando ela tinha 10 anos e ainda morava na Bahia.
A viagem que terminou na morte de Raissa também foi sugerida por Marcelo. Em depoimento, o homem admitiu ter feito uma falsa promessa de emprego para a jovem na intenção de atrair a atenção dela. Antes de desaparecer, a jovem anunciou para a família que se mudaria para Sorocaba, em São Paulo, com a ajuda de Marcelo, para trabalhar.
No dia do desaparecimento, amigas que moravam com Raissa ajudaram a colocar os pertences dela no carro do humorista e se despediram. Um vídeo mostra a jovem antes de partir, acenando para as colegas. Assista:
Segundo a polícia, Marcelo inventou a proposta para poder levá-la até a casa dele com o objetivo de se declarar para ela.
Antes de ser morta em Curitiba, miss foi filmada se despedindo de amigas
Marcelo matou jovem após se declarar para ela, segundo delegada
Segundo a delegada Aline Manzatto, Marcelo Alves disse que, na segunda-feira, dia do crime, os dois almoçaram juntos e, em seguida, foram até a casa dele. Lá, ele disse ter contado que estava apaixonado por ela, mas não foi correspondido e afirmou ter sido xingado por Raissa.
Marcelo relatou que matou Raissa estrangulada, usando uma abraçadeira plástica.
"Ele disse que ficou com ódio e descontrolado, que pegou o fio de plástico e estrangulou a vítima, deixando ela num cômodo da casa e indo para outro. Dez minutos depois, ele retorna e a Raissa já está em óbito", falou a delegada.
A delegada afirmou que Marcelo contou ter enrolado o corpo de Raissa em uma lona, amarrado com fita adesiva. Disse ainda ter chamado o filho, que ficou desesperado e tentou convencê-lo a se entregar às autoridades.
Mesmo assim, ainda de acordo com a delegada, ele disse que colocou o corpo da jovem no porta-malas de um carro emprestado de um amigo e, com auxílio do filho, dirigiu até uma área de mata no município de Araucária, onde enterrou a vítima. Após confessar, ele foi levado ao local e mostrou à polícia onde o corpo estava.
Marcelo confessou ter matado Raissa Suellen Ferreira da Silva e escondido o corpo da jovem.
Reprodução
Investigações
Na terça-feira (10), um dia após a prisão, a delegada Aline Manzatto afirmou que as investigações indicam que a morte da miss foi um crime premeditado pelo humorista. Ela apontou inconsistências entre o depoimento e provas coletadas. Os laudos que vão ajudar a polícia a compreender o que aconteceu no dia em que Raissa foi morta ainda estão sendo elaborados.
Outro ponto levantado pela investigação é a motivação do crime. Conforme Manzatto, o humorista demonstrou frustração diante da recusa de Raissa em se envolver romanticamente com ele. "Por isso, a Polícia Civil passa agora a tratar como feminicídio", disse a delegada.
Família leva corpo de miss morta de Curitiba para Bahia
O que diz a defesa de Marcelo e Dhony
O advogado Caio Percival, que representa Marcelo, afirmou que não houve premeditação do crime e que Marcelo matou Raissa por "violenta emoção". Disse, ainda, que Marcelo lamenta o caso e que colabora com a Justiça.
Ele afirmou também que a informação sobre o enforcamento de Raissa por um lacre não é oficial, já que o laudo de necropsia não foi emitido. O advogado disse ainda que o fato do corpo ter ficado muitos dias enterrado pode prejudicar a autópsia.
"Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes, nunca pisou numa delegacia de polícia e infelizmente foi arrastado pelas barras da paixão a essa situação que foge, evidentemente, do normal. Nós temos uma causa de diminuição de pena que é a própria confissão e uma segunda causa de diminuição de pena que é o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, já que, em dado momento, houve uma discussão entre eles", afirmou.
Sobre as acusações contra Dhony, filho de Marcelo, o advogado Caio Percival afirmou que ele não teve participação no crime. Disse, também, que não houve dolo ou intenção criminosa.
"Movido por um apelo de natureza puramente paterna e afetiva, Dhony, ao atender ao chamado de seu pai, sentiu-se moralmente coagido a assumir a condução do veículo envolvido nos fatos ora apurados. Trata-se de uma atitude tomada sob forte pressão emocional, em um momento de extremo abalo e tragédia familiar", afirmou o advogado.
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