Lamborghini apreendida em operação contra influenciadores suspeitos de fazer rifas na Bahia entra em leilão; lance mínimo ultrapassa R$ 3 milhões
12/07/2025
(Foto: Reprodução) Entre os denunciados na Operação Falsas Promessas, estão o policial conhecido como "Tchaca", o rifeiro "Nanan" e os influenciadores digitais Ramhon Dias e Franklin Reis. Lamborghini apreendida em operação contra influenciadores suspeitos de fazer rifas na Bahia entra em leilão
Sampaio Leilões
Uma Lamborghini apreendida durante a "Operação Falsas Promessas" foi colocada em leilão pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ação na Bahia investigou praticas de rifas ilegais, lavagem de dinheiro e uso de redes sociais para promover sorteios fictícios. Mais de 30 pessoas, entre elas influenciadores, empresários e até policiais militares, foram presos. Quase R$ 700 milhões foram bloqueados.
De acordo com a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), o valor inicial dos lances para o veículo, que atualmente é vendido por R$ 4,4 milhões, é de R$ 3,050 milhões.
Policiais, rifeiros e influenciadores: 37 suspeitos de envolvimento com rifas ilegais são denunciados à Justiça pelo MP-BA
O leilão ocorre no dia 22 de julho, às 10h, e os interessados devem fazer o lance no site Sampaio Leilões. Os valores arrecadados serão destinados ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).
Investigados denunciados
Influenciadores, PMs e rifeiros são presos na Bahia em operação contra lavagem de dinheiro por meio de rifas ilegais
Reprodução/Redes Sociais
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou 37 envolvidos com exploração de rifas ilegais à Justiça. Entre os denunciados, estão o policial militar Lázaro Andrade, conhecido como Alexandre Tchaca, o rifeiro José Roberto Nascimento, conhecido como "Nanan", e os influenciadores digitais Franklin Reis e Ramhon Dias.
Todos os envolvidos foram denunciados por crimes como formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e promoção de jogos de azar. O g1 entrou em contato com os advogados de Lázaro Andrade, José Roberto Nascimento e Franklin Reis, e aguarda retorno. O g1 tenta localizar o advogado de Ramhon Dias.
A denúncia foi divulgada pelo órgão no dia 9 de maio, na mesma semana em que alguns suspeitos tiveram as prisões substituídas por medidas cautelares. Os envolvidos foram presos um mês antes, quando foi deflagrada a Operação Falsas Promessas 2 na Bahia. [Relembre operação ao final da reportagem]
De acordo com as investigações, o grupo usava as redes sociais para divulgar rifas de alto valor, com resultados manipulados para beneficiar os integrantes da organização criminosa. Os crimes eram praticadas por múltiplos núcleos organizados que agiam de forma interconectada.
Os chefes da organização criminosa foram apontados como:
José Roberto Nascimento dos Santos, conhecido como "Nanan" e dono do perfil "Nanan premiações", onde divulgava rifas;
o influenciador Ramhon Dias de Jesus Vaz;
Josemário Aparecido Santos Lins.
Além deles, o influenciador digital Franklin Reis e o policial conhecido como Tchaca aparecem na denúncia do MP-BA. A esposa de Nanan, apontado como um dos chefes da organização criminosa, também foi denunciada.
Como funcionava o esquema
Arte mostra como funcionava esquema de grupo criminoso preso na Bahia
Segundo a Polícia Civil, com forte presença em Salvador e RMS, São Felipe, Vera Cruz, Juazeiro e Nazaré, o grupo operava por meio de uma estrutura sofisticada de transações financeiras, usando empresas de fachada e pessoas para disfarçar a origem dos valores obtidos ilegalmente.
Policiais militares da ativa e ex-PMs faziam parte do esquema, oferecendo proteção, fornecendo informações privilegiadas e, em alguns casos, atuando diretamente como operadores das rifas fraudulentas.
O grupo usava redes sociais para divulgar rifas de centavos com prêmios de alto valor, como veículos de luxo, e atraía um grande número de participantes. No entanto, os sorteios eram manipulados e os prêmios frequentemente entregues a integrantes da própria organização, com o objetivo de legitimar o esquema e ampliar os lucros.
Segundo as investigações da polícia, o grupo criminoso movimentou R$ 680 milhões.
Durante a Operação Falsas Promessas 2, foram apreendidos veículos de luxo, relógios, dinheiro, celulares e notebooks. A Justiça autorizou o sequestro de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, somando um bloqueio total de mais de R$ 600 milhões em bens e valores.
Após cerca de um mês presos, as prisões do policial Alexandre Tchaca e do influenciador Franklin Reis tiveram as prisões substituídas por medidas cautelares. Eles foram liberados e usam tornozeleira eletrônica.
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