Grávida demitida por justa causa: há direitos trabalhistas nesse caso?

  • 10/05/2025
(Foto: Reprodução)
Ao g1, a advogada trabalhista Ana Terra Borges explica se grávida demitida por justa causa após apresentar atestados falsos tem acesso a algum direito trabalhista. CLT Jornal Nacional/Reprodução Uma atendente grávida de um restaurante de Salvador foi demitida, por justa causa, após apresentar seis atestados falsos para justificar faltas ao trabalho. A ex-funcionária foi dispensada do trabalho sem nenhum direito trabalhista como verbas rescisórias, horas extras, vale-transporte e indenização pela estabilidade gestacional. Neste caso, quais os direitos trabalhistas que ainda podem ser acessados? Ao g1, a advogada trabalhista e mestre em direito, Ana Terra Borges, afirmou que a entrega de um atestado falso é um ato de improbidade, como constatado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA) no caso da atendente. Ainda assim, ela argumenta que a ex-funcionária poderia acessar alguns direitos, como: saldo de salário correspondente aos dias trabalhados; férias vencidas + 1/3 do valor do período — caso ela estivesse na empresa há mais de um ano; salário família (benefício previsto aos trabalhadores que possuem dependentes menores de 14 anos, caso já recebesse o benefício. "Se no mês que foi demitida ela tiver prestado horas extras ou tiver algum tipo de adicional, ela também vai receber", ressaltou a especialista. Apesar de ter um tom de piada nas redes sociais, entregar um atestado falso no trabalho é um ato de quebra da confiança entre trabalhador e empregado. Essa ação faz parte do Artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e constitui justa causa, assim como: embriaguez habitual ou em serviço; violação de segredo da empresa; abandono de emprego; ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; prática constante de jogos de azar, entre outros. Quando o empregado tem direito a faltar ao trabalho? Ainda segundo a especialista, a CLT lista uma série de situações nas quais o trabalhador tem direito a faltar ao trabalho. Conforme o artigo 473 da lei, o empregado tem direito a não comparecer ao serviço sem prejuízo no salário em: até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; por cinco dias consecutivos, em caso de nascimento de filho, de adoção ou de guarda compartilhada; por um dia, a cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; até dois dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; por um dia por ano para acompanhar filho de até seis anos em consulta médica; entre outros. Relembre o caso A atendente era funcionária de um restaurante na Graça, bairro nobre de Salvador, e foi demitida por justa causa após apresentar seis atestados falsos para justificar faltas ao trabalho. Os donos do estabelecimento começaram a desconfiar da funcionária após encontrar um erro de grafia no documento apresentado por ela. Segundo informações do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), a suspeita surgiu em novembro de 2022 depois que os gestores perceberam que o nome do médico estava escrito errado no atestado. Diante disso, o empregador entrou em contato com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) San Martin, também na capital baiana, e confirmou que o profissional já não atuava no local e nem havia atendido a funcionária. Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) manteve demissão por justa causa Reprodução/TV Bahia O médico constatou que o documento foi falsificado, registrou um boletim de ocorrência, notificou o Conselho Regional de Medicina (CRM) e ainda comunicou o caso à direção da unidade de saúde. Conforme relatado pela administração da UPA, apenas um dos sete atestados apresentados pela mulher à empresa era autêntico. Registros do processo apontam que a funcionária não apresentou as versões originais dos documentos e encaminhava apenas fotos dos atestados por mensagem. Um dos afastamentos durou 10 dias. A juíza Cecília Pontes, da 25ª Vara do Trabalho do TRT-BA manteve a demissão e negou os pedidos da ex-funcionária, como verbas rescisórias, horas extras, vale-transporte e indenização pela estabilidade gestacional, foram negados. Posteriormente, a 4ª Turma manteve a decisão de primeiro grau por unanimidade. A trabalhadora estava grávida quando foi dispensada do emprego, mas os desembargadores entenderam que a estabilidade garantida em casos de gestação não se aplica quando a rescisão ocorre por justa causa comprovada, por isso, a penalidade foi mantida. Para eles, a atitude da funcionária configura um ato de improbidade, o que comprometeu a confiança necessária à continuidade do vínculo de emprego. A ex-funcionária também foi condenada ao pagamento das custas processuais, mas essa cobrança foi suspensa por conta do benefício da justiça gratuita. Ela ainda pode recorrer contra a sentença. LEIA MAIS Atendente grávida de restaurante de Salvador é dispensada por justa causa após apresentar atestados falsos Gestante demitida por justa causa apresentou seis atestados falsos; veja como fraude foi descoberta Neoenergia Coelba abre mais de 100 vagas para capacitação como eletricista; veja como participar Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Senai oferece 929 vagas para curso de aprendizagem industrial na Bahia Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/05/10/gravida-demitida-por-justa-causa-ha-direitos-trabalhistas-nesse-caso.ghtml


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